Ao abraçar a fé umbandista, eu juro solenemente perante Deus e os Orixás: Aplicar os meus dons de mediunidade somente para o bem da humanidade; Reconhecer como irmão de sangue, os meus irmãos de crença; Praticar com amor a caridade; Respeitar as leis de Deus e a do homem, lutando sempre pela causa da JUSTIÇA e da VERDADE; Não utilizar e nem permitir a utilização dos conhecimentos adquiridos num terreiro para prejudicar a quem quer que seja. Salve a Umbanda, Salve os Sagrados Orixás.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
A HISTÓRIA DE MARIA MULAMBO
MARIA MULAMBO
Foi no início do século XIX, pelos anos de 1818, época em que o Brasil caminhava para sua independência de Portugal e que, mesmo oficialmente elevado à “Categoria de Reino Unido”, mantinha no estilo de vida os costumes de colônia submissa, explorada, oprimida. Foi nesse tempo que nasceu em Alagoas, a filha dos Manhães, respeitada família de fazendeiros que viviam de criar gado na região próxima ao então vilarejo de Penedo.
Maria Rosa da Conceição – esse era seu nome – cresceu criada sob os arraigados moldes educacionais da ocasião. Quando moça feita o Brasil já se dizia independente: ela não era. Tinha nas mãos do pai o seu destino selado, como acontecia a tantos outros milhares de moças. Vigência comum eram os pactos de casamento, não entre os namorados, mas entre os que viam, nesse expediente, a forma de unir família, as consideradas poderosas e tradicionais, visando tão somente a interesses comerciais, territoriais e até políticos. Maria Rosa da Conceição não fugiria a esse destino quando, aos 19 anos de idade, foi prometida aos Cardins, na pessoa de Vicente, o filho.
Comum também parecia “o outro lado” dessa história. Maria Rosa, claro, não amava Vicente. Era Luciano, capataz da fazenda dos Manhães, o dono de seu coração, um viúvo, sem filhos, com quase o dobro de idade da moça. Empregado dedicado, servi a família mesmo em dias difíceis como os das secas que assolavam periodicamente o Nordeste. Luciano era homem de caráter inquestionável, dote que certamente não seria considerado pelo coronel Manhães, caso o capataz propusesse, oficialmente, casar com a filha do fazendeiro. Mas Luciano e Maria Rosa, fora do tempo e do espaço, estava perdidamente apaixonados.
Vivendo um romance clandestino, porém verdadeiro, viam aproximar – se o funesto dia do combinado casamento de Rosa com Vicente. O noivado de seis meses já se tinha expirado. A cada dia que passava menor eram as esperanças de solução. Em junho do ano de 1837, três meses antes da data marcada para a cerimônia nupcial, Maria Rosa e Luciano apelaram para única saída que lhes parecia possível – a fuga – e fugiram para as bandas de Pernambuco.
Essa foi a saída possível, mas não, honrosa, não para as famílias ofendidas nem para os costumes do povo. O escândalo ganhou fazendas, roçados, estradas e os sertões, desbravados pelos dois irmãos de Maria Rosa na tentativa de reavê – la e castigar um empregado que para eles se mostrara, agora, indigno de confiança, alem de detestável sedutor. Também para os Cardins a humilhação era sem precedentes! Todos eles exigiam reparação da honra da família, ultrajada por um homem considerado sem linhagem e de origem duvidosa. Afinal, que riquezas ou poderes tinha ele? De que família provinha? Talvez fosse um mestiço ou sabe –se lá mais o quê! Como se atrevera a tanto? Merecia castigo à altura de sei desvario. Quando a Maria Rosa, julgavam os Cardins que ela não havia recebido dos pais a devida educação, tanto que agira de maneira tão afrontosa quanto imoral. Vai daí que as duas famílias cortaram relações, unido – se apenas no firme propósito de encontrar e punir Luciano.
Durante três anos e seis meses, deu – se perseguição implacável e sem tréguas ao casal que, longe de fúria e do desejo de vingança dos seus e já com uma filha, encontrara nas terras do Coronel Aurino de Moura o seu recanto de felicidade – e onde, com a mesma dedicação, peculiar a seu caráter, Luciano também trabalhava como capataz.
Numa tarde quente de dezembro de 1840, quando despreocupado tratava no curral da fazenda, de um animal ferido, um bando cercou o local. Eram dois líderes brancos, negros, escravos, farejadores e capangas de aluguel. Sem qualquer explicação, mataram o animal a tiros e Luciano a facadas. Maria Rosa que, em casa, cuidava da filha, foi levada desacordada de volta a cidade de Penedo.
Voltar para casa em tais circunstâncias significava, naturalmente, enfrentar (quem sabe?) o ódio, mas, com certeza, a humilhação. E apenas para isso Maria Rosa fora trazida. Após cuspir–lhe no rosto, o pai expulsou–a, orgulho ferido e ouvidos fechados aos apelos dos dois filhos e da esposa, mãe sofrendo a reconhecer que a filha merecia castigo, mas, não, a renegarão. Rogos Vãos.
Ver–se entregue à própria sorte não a assustava. Mas sua filha pequena não pedira nem merecia o abandono e o repúdio familiar. E assim Maria Rosa julgou que recorrer ao abrigo de parentes poderia amenizar o sofrimento da menina. Com ela voltou a Pernambuco e, na cidade de Olinda, apelou para seus tios que, nem por isso, a trataram como sobrinha. Pelo contrário, sua condição de dependente e desvalida fez de Maria Rosa uma serviçal da família, a suportar, pelo bem da filha, novas humilhações.
Quem dera, porém, que tal martírio nisso apenas se resumisse!... Meses após ter chagado a Olinda, a vida de Maria Rosa tomaria novo curso ao ver seu filhinha morrer de varíola.
E Maria Rosa fugiu outra vez. Agora, sozinha. Seu amor, sequer estima ou consolo. Perdera tudo o que de mais importante e valioso tivera, prova carnal e espiritual do único amor de sua vida. Partiu para o caminho que, também desta vez, lhe parecia a única e desesperada solução possível: a prostituição.
Assim foi tocando seus dias de amargura no falso esplendor da noite boêmia. Sem demora, sua saúde foi sendo minada pela tuberculose e pelas doenças venéreas. Esquálida e tísica, mais uma vez passou a ser repudiava até pelas colegas da profissão chamada de “vida fácil”. Passou, então, a pedir esmolas pelas ruas. Nas suas andanças de extrema penúria, ficou dois anos em Recife, seguindo depois de cidade em cidade até chegar, de volta, à terra natal.
Quem peregrinava, então, pelas ruas de Penedo não era a bela jovem de outrora, mas uma mulher magra, precocemente envelhecida, abatida, marcada, dilacerada pelo sofrimento do corpo e da alma. Irreconhecível, foi logo “batizada” pelo escárnio popular como MARIA MOLAMBO. Encontram–na assim os dois irmãos, levaram–na para a fazenda distante algumas léguas da cidade e lhe deram a notícia da morte dos pais e da sua inclusão na herança dos Manhães, graças à intervenção da mãe, a última a falecer.
Maria Rosa recebeu dos irmãos, bem se diga, toda a assistência de que necessitava em razão da sua doença. Conseguiu, por isso, recuperar parte da saúde e dar início a uma nova vida, agora dedicada à comunidade, ajudando os carentes (que não eram poucos) abandonados e desabrigados, crianças, mulheres e anciãos. Sua parte na herança ela destinou a esse trabalho anônimo e a um asilo já existente em Maceió, onde passou servindo todo o seu tempo de vigília.
Foi no ano de 1857 que Maria Rosa da Conceição faleceu. Recebida no plano astral por muitos conhecidos e parentes, àqueles a quem havia beneficiado em sua vida terrena continuou a ser, agora carinhosamente, chamada de Maria Molambo.
No ano de 1900, conheceu outra mulher de grande prestígio, Maria Padilha, cujo propósito principal era a luta pela igualdade dos sexos, inspirando decisivamente as líderes feministas do plano físico. Por influência dela, aceitou convite para integrar um novo movimento religioso ainda em organização no plano astral – denominado Umbanda – Passando a liderar milhares de criaturas. Constituiu, assim, a falange de Maria Molambo, trazendo inúmeros benefícios a encarnados e desencarnados da terra brasileira.
FONTE : centroespiritapaicongo.blogspot.com.br
A HISTÓRIA DO EXU DO LODO
Exú Rei e sua esposa decidiram andar pelo mundo para verificar a qualidade do trabalho que realizavam seus súditos. Disfarçaram-se e seguiram por caminhos diferentes.
A Pomba Gira Rainha caminhava por uma trilha quando se deparou com um grande pântano, sujo e podre, que lhe impedia de seguir em frente.
Perdeu-se em pensamentos imaginando como fazer para atravessá-lo. De repente, surgiu a sua frente um homem, com a aparência de um ermitão, bastante despenteado e maltrapilho.
A imagem sombria do desconhecido a assustou a principio, mas logo ficou lisonjeada, quando ele, rapidamente, retirou sua capa e a jogou sobre o lago para que ela pudesse passar. Nesse instante ela pode ver nos olhos dele uma grande desolação.
A Rainha caminhou por sobre a longa capa e seguiu seu caminho sem olhar para trás. Atônito e fascinado pela beleza daquela estranha mulher que nunca tinha visto, o homem, que era Exu do Lodo, sentiu o amor invadir-lhe o peito.
A soberana chegou ao palácio e contou ao marido o que tinha descoberto:
- Conheci um ser nobre que cuida de um pântano imundo. Quando uma pessoa chega a esse charco pestilento, do nada ele vem e ajuda a pessoa a superar os obstáculos. Eu vi a tristeza em seus olhos por ter um local como aquele para cuidar, mas, no entanto, faz o seu trabalho com cuidado. Tem uma figura, curva, malcheirosa e bruta, mas é humilde e cortês.
Exú Rei, impressionado pelas palavras da mulher, resolveu convidar o estranho homem para um jantar no palácio real. Sua intenção era premiá-lo por sua dedicação à missão que lhe tinha sido imposta e pelo respeito à sua esposa. Ordenou então ao general de seu exército, que fosse até ao pântano, levando o convite.
Chegando à Mansão Real, Exu do Lodo surpreendeu-se ao notar que a esposa de seu soberano era a mulher que ele amava. A dor, ao mesmo tempo, invadiu-lhe a alma. Sabia que tinha de esquecê-la para sempre.
Naquela noite, Exu Rei o condecorou e lhe deu a honra de se sentar à sua direita. E desde então, é esse o lugar que ele ocupa, mantendo a base do trono de seu monarca.
Pomba Gira Rainha deu-lhe um lenço perfumado com seu aroma, pedindo que ele guardasse nele suas lágrimas, e ao retornar à sua morada, o jogasse no meio do pântano.
Naquela noite, enquanto voltava, cabisbaixo, pensava no amor que deveria esquecer, quando as lágrimas corriam, as limpava com o lenço presenteado. Ao chegar, jogou o lenço sobre a lama e ficou a observá-lo deslizando sobre o charco. Do lenço saíram todas as suas lágrimas e espalharam-se por sobre a água suja, espalhadas como um colar de pérolas que se quebrara. Na manhã seguinte, ele encontrou no local onde tinha atirado o lenço uma planta, e as suas lágrimas dispersas, eram botões florais que se colavam à ela. Considerou um presente de sua Rainha e aspirou a fragrância do seu amor.
Depois de algum tempo, a história repetiu-se. Uma mulher que circulava por aquele mesmo caminho e de repente estacava em frente ao charco. Solicito como sempre, Exú do Lodo saiu de seu esconderijo e ofereceu-lhe a capa. Ao fitar a bela mulher, descobriu em seus olhos a simpatia que ele tanto buscava, e sem pensar duas vezes, cortou algumas de suas flores e ofereceu-as à ela. Emocionada a mulher sorriu e olhou-o com carinho. Era, Maria Molambo, que a partir daí, nunca mais o deixou sozinho.
Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/religion-studies/2193186-lenda-exu-lodo/#ixzz2RqTydXQs
A HISTÓRIA DA POMBA - GIRA RAINHA
A historia da pomba gira rainha
A expressão pomba gira rainha falanges termo Pomba Gira Rainha refere-se a uma falange, embora algumas Pombas Giras de outras falanges, utilizem-no como complementação simbólica, fazendo uma referência a alguma de suas encarnações.
A falange Pomba Gira Rainha foi formada originalmente por espíritos que viveram como mulheres inseridas nas camadas da nobreza e burguesia européia, especialmente a francesa e a espanhola, entre os séculos 12 e 19
Essas mulheres eram rainhas,imperatrizes, princesas, condessas, duquesas, baronesas, marquesas, viscondessas.
Muitas dessas entidades usam em sua forma perispiritual, a aparência que tinham nessa encarnação, com todos os aparatos e vestuários da época. Mas o fato de usarem a roupagem fluídica de nobres desse período da história, não quer dizer que tenham encarnado apenas nessas circunstâncias, e que nessa falange não existam espíritos com histórias anteriores e posteriores a esse período.
Apresentam-se nobres, altivas, educadas, requintadas e elegantes, sendo muito vaidosas. Além disso são muito agradáveis, cultas, alegres, leves e excelentes facilitadoras da vida de seus médiuns.
Os espíritos que pertencem a essa falange, costumam ter em comum, as experiências encarnatórias com histórias de luxo, poder, sensualidade. O que os torna atípicos, quando se pensa as Pombas Giras como espíritos de mulheres que viveram sem recursos materiais e que tiveram que lutar para sobreviver ( o que de fato se deu com a maioria).
As Pombas Giras Rainhas são ótimas auxiliadoras e conselheiras, embora o termo Rainha possa indicar superioridade, arrogância ou frivolidade. São como todos os espíritos de Pombas Giras, sem nenhum grau de superioridade ou inferioridade em relação aos demais. São seres humanos desencarnados, com qualidades e deficiências, trabalhando para crescerem e em busca da paz, alcançada somente pelos justos.
ALGUMAS POMBAS GIRAS RAINHAS:
Pomba Gira Rainha dos Sete Portais
Pomba Gira Rainha da Encruzilhada
Pomba Gira Rainha das Sete Encruzilhadas
Pomba Gira Rainha da Calunga
Pomba Gira Rainha do Cruzeiro
Pomba Gira Rainha das Almas
Pomba Gira Rainha da Lira
Pomba Gira Rainha do Cruzeiro das Almas
Pomba Gira Rainha do Oriente
Pomba Gira Rainha do Cabaré
Pomba Gira Rainha da Praia
FONTE : http://maedenise.comunidades.net/
sexta-feira, 26 de abril de 2013
A HISTÓRIA DA CIGANA ZORAIA
Lenda
da Cigana Soraya
Na Idade Média, uma caravana de ciganos hospedou-se em uma cidade. Logo o grupo começou a trabalhar fazendo as seguintes atividades: jogando tarô, lendo as mãos das pessoas na rua, dançando, vendendo e confeccionando artesanato. Nesta caravana havia uma excelente dançarina chamada Soraya.
Um certo dia a princesa Karin, resolveu sair do castelo, vestida de mendiga só para ver o espetáculo dos ciganos na rua. A alteza viu Soraya dançar divinamente e ficou encantada. Quando a bailarina terminou a apresentação, Karin aproximou-se da sua tenda e disse:
- Parabéns pela apresentação!
- Eu sou a princesa Karin, estou disfarçada de mendiga porque fugi do meu castelo para ver os ciganos dançarem.
- Fique tão apaixonada pelo seu bailado, que gostaria de ter aulas de dança cigana com você.
- Avisarei aos soldados do meu pai para deixa-la entrar amanhã de manhã no castelo.
A cigana falou:
- Eu aceito a proposta. Mas só posso sair com o meu irmão Pablo, que é músico.
Karin comentou:
- Tudo bem, você poderá trazer o seu irmão também. Afinal precisamos de um instrumentista para fazer as aulas.
Então, no dia seguinte, Soraya e Pablo foram recebidos no castelo pela princesa, que levou os ciganos a um salão enorme. No meio da aula o rei abriu a porta do local e perguntou:
- O que está acontecendo aqui?!
Sua filha explicou:
- Estou tendo aulas de dança cigana, papai.
O homem entrou no salão, olhou a cigana Soraya de cima a baixo e comentou:
- Gente bonita!
- Podem continuar as aulas, desde que sejam na minha presença.
O nobre não tirava os olhos da cigana. No dia seguinte Soraya recebeu um ramalhete de flores que foi entregue por um soldado do rei. A jovem ficou atordoada, mesmo assim voltou para o castelo com o objetivo de ensinar dança cigana para a princesa. Porém, no meio da aula, a rainha abriu a porta do salão e ficou com inveja das belas pernas da cigana, que apareciam de acordo com o movimento da enorme saia.
Naquele dia após a aula, dentro do castelo, o rei aproveitou-se que Pablo afastou-se da irmã e puxou a cigana para o seu quarto, agarrou-lhe e deu-lhe um beijo à força. Naquele instante a rainha abriu a porta, viu a cena e ficou horrorizada de ciúmes. No mesmo dia ela condenou Soraya à forca alegando, falsamente, que a moça era bruxa. Mas no instante do enforcamento, a corda partiu-se misteriosamente soltando o corpo da garota no chão sem feri-la. Então o padre falou:
- Quando uma coisa destas acontece, significa que o condenado é inocente.
- Portanto podem soltar a jovem!
À noite, Soraya estava dormindo em sua tenda. Quando, de repente, soldados encapuzados seqüestraram a jovem e a colocaram numa carroça. Eles pararam no meio da floresta e de uma outra carroça, saiu a rainha que disse:
- Você escapou do enforcamento, mas não escapará da minha vingança. Pois cortarei as suas belas pernas.
Deste jeito a monarca cortou as pernas de Soraya com uma espada. Por isto pobre cigana morreu de hemorragia no meio do mato.
No meio daquela floresta existia uma senhora chamada Mary, mãe de uma adolescente chamada Brenda, que tinha pernas mas nunca andou na vida. Mary estava indo pegar água do poço, quando de repente viu o corpo da cigana sem as pernas. Então ela orou pela alma da jovem e enterrou a pobre. Quando ela chegou em casa viu que sua filha deficiente estava de pé. Assim a mulher perguntou:
- O que é isto Brenda?!
- Você tem treze anos, de idade, e nunca andou na vida!
A menina explicou:
- Hoje apareceu para mim uma moça, sem as pernas, flutuando pelo ar. Ela falou que eu andaria, como forma de agradecimento, porque a senhora rezou pela sua alma e enterrou o seu corpo, que teve as pernas amputadas.
Luciana do Rocio Mallon
Na Idade Média, uma caravana de ciganos hospedou-se em uma cidade. Logo o grupo começou a trabalhar fazendo as seguintes atividades: jogando tarô, lendo as mãos das pessoas na rua, dançando, vendendo e confeccionando artesanato. Nesta caravana havia uma excelente dançarina chamada Soraya.
Um certo dia a princesa Karin, resolveu sair do castelo, vestida de mendiga só para ver o espetáculo dos ciganos na rua. A alteza viu Soraya dançar divinamente e ficou encantada. Quando a bailarina terminou a apresentação, Karin aproximou-se da sua tenda e disse:
- Parabéns pela apresentação!
- Eu sou a princesa Karin, estou disfarçada de mendiga porque fugi do meu castelo para ver os ciganos dançarem.
- Fique tão apaixonada pelo seu bailado, que gostaria de ter aulas de dança cigana com você.
- Avisarei aos soldados do meu pai para deixa-la entrar amanhã de manhã no castelo.
A cigana falou:
- Eu aceito a proposta. Mas só posso sair com o meu irmão Pablo, que é músico.
Karin comentou:
- Tudo bem, você poderá trazer o seu irmão também. Afinal precisamos de um instrumentista para fazer as aulas.
Então, no dia seguinte, Soraya e Pablo foram recebidos no castelo pela princesa, que levou os ciganos a um salão enorme. No meio da aula o rei abriu a porta do local e perguntou:
- O que está acontecendo aqui?!
Sua filha explicou:
- Estou tendo aulas de dança cigana, papai.
O homem entrou no salão, olhou a cigana Soraya de cima a baixo e comentou:
- Gente bonita!
- Podem continuar as aulas, desde que sejam na minha presença.
O nobre não tirava os olhos da cigana. No dia seguinte Soraya recebeu um ramalhete de flores que foi entregue por um soldado do rei. A jovem ficou atordoada, mesmo assim voltou para o castelo com o objetivo de ensinar dança cigana para a princesa. Porém, no meio da aula, a rainha abriu a porta do salão e ficou com inveja das belas pernas da cigana, que apareciam de acordo com o movimento da enorme saia.
Naquele dia após a aula, dentro do castelo, o rei aproveitou-se que Pablo afastou-se da irmã e puxou a cigana para o seu quarto, agarrou-lhe e deu-lhe um beijo à força. Naquele instante a rainha abriu a porta, viu a cena e ficou horrorizada de ciúmes. No mesmo dia ela condenou Soraya à forca alegando, falsamente, que a moça era bruxa. Mas no instante do enforcamento, a corda partiu-se misteriosamente soltando o corpo da garota no chão sem feri-la. Então o padre falou:
- Quando uma coisa destas acontece, significa que o condenado é inocente.
- Portanto podem soltar a jovem!
À noite, Soraya estava dormindo em sua tenda. Quando, de repente, soldados encapuzados seqüestraram a jovem e a colocaram numa carroça. Eles pararam no meio da floresta e de uma outra carroça, saiu a rainha que disse:
- Você escapou do enforcamento, mas não escapará da minha vingança. Pois cortarei as suas belas pernas.
Deste jeito a monarca cortou as pernas de Soraya com uma espada. Por isto pobre cigana morreu de hemorragia no meio do mato.
No meio daquela floresta existia uma senhora chamada Mary, mãe de uma adolescente chamada Brenda, que tinha pernas mas nunca andou na vida. Mary estava indo pegar água do poço, quando de repente viu o corpo da cigana sem as pernas. Então ela orou pela alma da jovem e enterrou a pobre. Quando ela chegou em casa viu que sua filha deficiente estava de pé. Assim a mulher perguntou:
- O que é isto Brenda?!
- Você tem treze anos, de idade, e nunca andou na vida!
A menina explicou:
- Hoje apareceu para mim uma moça, sem as pernas, flutuando pelo ar. Ela falou que eu andaria, como forma de agradecimento, porque a senhora rezou pela sua alma e enterrou o seu corpo, que teve as pernas amputadas.
Luciana do Rocio Mallon
A HISTÓRIA DE SÃO CIPRIANO
Venerado pela igreja, adorado pelos feiticeiros, respeitado pelos magos…
São Cipriano, bispo de Antioquia, passou para a história como um mártir
e ganhou a fama como o mago mais conhecido do mundo.
Nascido no século III d.C., segundo a lenda, ele logo entrou para a
irmandade dos magos depois de uma estadia entre os persas.
Na sagrada terra do culto do fogo, ele aprendeu as artes
adivinhatórias e invocatórias.
Os ancestrais espíritos e gênios eram conhecidos por Cipriano, que
mantinha contato freqüente com o Mundo Invisível.
Voltando para sua cidade natal, Cipriano começou exercer sua rentável
profissão.
Logo adquiriu fama e era procurado por nobres, comerciantes e guerreiros.Certo
dia um cavalheiro apaixonado pediu um feitiço amoroso, um “filtrum”, como
chamamos em magia natural.
O alvo era a bela e jovem Justina, nobre virgem cobiçada por muitos
ricos senhores.
Justina havia sido recentemente convertida a uma nova e estranha religião…
Seus seguidores adoravam um judeu crucificado da Palestina que tinha
feito muitas curas e profecias.
Aos olhos dos antioquenos isso era até engraçado.
Por que adorar um homem, se existiam tantos deuses e gênios?
Cipriano preparou um filtrum e nada aconteceu.
O cavalheiro apaixonado reclamou e exigiu o dinheiro de volta.
Nosso mago, muito contrariado e não acostumado a falhar, refez a
poção e adicionou um conjuro especial.
Nada!
Agora a coisa era para valer!
O Mestre Cipriano convocou o Rei dos Gênios em pessoa.
Dentro do círculo mágico ele ordenou e o terrível Jinn se fez
presente.
O gênio explicou que Justina era serva de uma entidade de maior
magnitude e nada poderia fazer…
Dito e feito.
Movido pela curiosidade Cipriano vai até Justina.
Estabelece uma rica conversa com ela e percebe na garota uma luz especial.
Dias depois, o poderoso Cipriano se convertia ao Cristianismo primitivo,
que nesta época era uma religião cheia de magia, sabedoria e
simplicidade.
Afinal, o Cristianismo nascente era o herdeiro da religião dos velhos
magos da Pérsia.
Não estavam os três grandes magos persas diante do menino Jesus na
noite de Natal?
Cipriano e Justina morrem juntos durante a perseguição aos cristãos.
Séculos depois, curandeiros e benzedores europeus vão pedir a
Cipriano, que virou santo, favores e saberes.
O culto de São Cipriano chegou ao Brasil com os degredados portugueses
perseguidos pela Inquisição.
Na memória eles traziam as fórmulas, orações e magias ciprianas.
Bem mais tarde os primeiros “livros de São Cipriano” chegaram aqui.
Com a chegada dos negros escravos, os Mulojis (xamãs) bantus tomaram
conhecimento da tradição do mago de Antioquia.
Boa coisa!
Na Kimbanda Cipriano era considerado um Makungu (ancestral divinizado)
e digno de culto.
Em Angola os Mulojis já cultuavam Santo Antonio, que se encarnou numa
profetisa bantu chamada Kimpa Vita.
Por isso, dentro do culto de Cipriano os xamãs botaram muitas mirongas
e mandingas.
O tempo passou e a Kimbanda virou Quimbanda.
Elementos da feitiçaria ocultista e mesmo da magia negra penetraram nos
ensinamentos dos sábios Tios e Tias africanos.
São Cipriano entrou nos mistérios da noite.
O respeito virou medo e assombro.
O santo ganhou Ponto Cantado, Riscado e Dançado.
Pulou do altar para o chão de terra, virou chefe de Linha e Falange,
vestiu toga negra e até adquiriu um gato preto!
Na Lua Cheia de agosto ele tem festa à meia-noite, junto com a Comadre
Salomé e os Compadres Bode Preto e Ferrabrás.
Até uma Fraternidade Mágica ele ganhou, quando Dom Fausto, um curandeiro,
encontrou um frade agonizando perto de um local desértico.
Examinando o doente, ele notou que o religioso fora mordido por uma venenosa
serpente e estava à beira da morte.
Dom Fausto o carregou até sua casa e o curou com a ajuda de preciosas
ervas.
Como agradecimento, o frade presenteou o curandeiro com uma velha cruz
de madeira.
Noites depois, na pobre casinha de Dom Fausto, ocorreu um fato sobrenatural.
Uma estranha e misteriosa luz emanou da cruz, preenchendo todo o ambiente.
O curandeiro acordou e viu, ao lado da cruz iluminada, a figura de um
velhinho barbado com mitra na cabeça.
O personagem que segurava um cajado, sorriu para ele e disse:
-“ Venho até você e peço…
Crie uma fraternidade de bons homens e mulheres, façam a caridade e
curem em nome de Deus.”
O curandeiro, admirado, perguntou:
- “Quem é você?”
O espírito respondeu:
- “Sou Cipriano!”
Dias depois, Dom Fausto reuniu seus tios, alguns primos e contou o
ocorrido.
Nasceu assim uma Fraternidade de cura sob a proteção de São Cipriano.
Isto aconteceu no século XVIII, em Dezembro de 1771.
Durante algum tempo o piedoso grupo só admitiu parentes.
Porém, segundo orientações espirituais, foram sendo convidadas pessoas
de boa índole de outras famílias e procedências.
Por tradição uma cidade mágica era escolhida para sediar a Fraternidade.
O critério da escolha sempre foi motivado por estranhas leis estudadas
na Radiestesia.
Paraty (RJ) foi a cidade escolhida, pois, além das condições telúricas
excelentes,
ela é toda construída com sólido simbolismo maçônico.
Coincidentemente, a região também tinha forte presença kimbandeira e
quimbandeira,
que com o tempo chegou até a receber os místicos cultos da Cabula e da
Linha das Almas.
Hoje a cidade não fica por menos, já que conhecemos algumas irmandades
de iniciados cabalistas,
templários e yogues que se estabeleceram por lá.
Na Quimbanda os espíritos de alguns pretos velhos de origem bantu se
filiam na Linha de São Cipriano.
Estas são almas de antigos mandingueiros, feiticeiros (aqui com o
sentido de xamã) e kalungueiros.
Todos mestres nas artes da cura e da magia.
Muitos até adotam o nome do Patrono:
Pai Cipriano das Almas, Pai Cipriano Quimbandeiro, Pai Cipriano de
Angola…
Estas entidades
recebem oferendas na kalunga pequena, perto do Cruzeiro.
Também são ofertadas nas portas das igrejas e capelas.
Oferendas: Velas brancas ou brancas e pretas, marafo, café preto e
tabaco.
Uma Linha pouco conhecida, mas também ligada a São Cipriano, se chama
Linha dos Protetores.
Neste grupo trabalham espíritos de velhos magos europeus, ciganos
curandeiros e misteriosas entidades do fundo do mar.
São Cipriano está vivo e é do bem.
As receitas exóticas dos Livros de São Cipriano
(Capa de Aço, Capa Preta, Capa Vermelha, etc…)
jamais foram praticadas ou escritas por ele.
Elas são uma triste contribuição da magia negra européia.
Os segredos de São Cipriano passaram para os Mulojis da Kimbanda e
foram repartidos com alguns adeptos da Quimbanda.
Contudo, ainda existe o mistério.
Quais seriam estes segredos?
A HISTÓRIA DE SEU SETE DA LIRA
Lendas
Rei das Sete Liras é conhecido como uma entidade da Umbanda, mas o
que quase ninguém sabe é a sua história, que começa na Idade Média e vai até a
sua reencarnação no século dezenove. Realmente, o que muitas pessoas ouviram
falar foi de um centro de Umbanda, no Rio de Janeiro, denominado Sete da Lira,
que foi freqüentado por artistas famosos, como Tim Maia e até mesmo Freddie Mercury
e alguns integrantes da banda Kiss. Na Espanha Medieval, havia um casal
interessante: Caio e Zelinda. Caio era um descendente de gregos, que tocava e
fabricava instrumentos musicais, especialmente liras. Zelinda era uma bela
negra africana, que escondida dos poderosos da época, fazia rituais mágicos.
Estas duas pessoas tinham um filho chamado José, que era inteligente e tocava
instrumentos como ninguém. Este garoto gostava de tocar e fabricar liras. Ele construía
sete diferentes modelos de lira. Desde muito cedo, José demonstrava possuir
poderes paranormais: curava pessoas doentes, movia objetos com o olhar, tinha
sonhos premonitórios, via a aura das pessoas. Quando ele entrou para a
adolescência, este paranormal passou a incorporar espíritos enquanto tocava,
uma destas almas seria a do bíblico Rei Davi. Além de possuir poderes
sobrenaturais, ele era muito carismático, por isto foi apelidado,
carinhosamente, de Rei das Sete Liras. Como José fazia muito sucesso entre as
mulheres, um marido ciumento inventou para os representantes da igreja que o
Rei das Sete Liras era um bruxo. Assim, o pobre foi queimado na fogueira pela
Inquisição. Mas, no século dezenove, José reencarnou numa criança, que se
tornou um excelente músico e um fabricante de liras, também. Nesta
reencarnação, ele também tinha poderes paranormais, como realizar curas, ver
auras, interpretar sonhos. Mais tarde, bem depois da sua morte, ele foi
adicionado na Umbanda, como uma entidade, que auxilia os artistas,
principalmente os músicos. No século vinte, surgiu no Rio de Janeiro um centro
de Umbanda chamado Sete da Lira, em homenagem a este músico.
Povo
da Lira
Os chefes deste reino são muito mais conhecidos por seus nomes
sincréticos: Exu Lúcifer e Maria Padilha, sendo na verdade seus nomes
kimbandeiros Exu Rei das Sete Liras e Rainha do Candomblê (ou Rainha das
Marias). Seus apelos kimbandeiros mostram justamente sua afinidade pêla dança,
a musica e a arte ( lira e candomblê). Dentro do reino da Lira, que tambêm as
veces é chamado "reino do candomblê" não pêlo culto africanista aos
orixás, sinão por ser issa palavra sinônimo de dança e música ritual. Trabalham
aqui todos os Exu que tem que ver com a arte, a musica, poesia, bohemia, ciganeria,
malandragem, etc.
A HISTÓRIA DE EXU MARÉ
Exu Maré foi traido
por seus companheiros de barco.Essa traição gerou um enorme sentimento de
revolta e vingança.Foram esses sentimentos que fizeram com que ele
sobrevivesse,sendo salvo por pescadores da região, que o curaram com ervas.
Depois de curado e
fortalecido ele foi atrás de seus traidores e quando os encontrou,ficou
muito desapontado,pois descobriu que foi sua amada que o traiu e o
entregou por poder.
Seguiu e matou
todos,exceto sua querida amada, que arrependida de sua traição,
suicidou-se ao saber que ele estava vivo e que tinha matado à todos.
Apesar de um pirata
ele era um comandante de fibra e lei, fazendo amigos por onde passava, ajudava
a todos e dizem que era de uma família muito nobre, da corte e que suas
atitudes e seu porte eram mais de Rei, do que de Pirata.
Hoje trabalha nos terreiros de Umbanda por escolha divina , ajudando as pessoas a resgatarem seu karma, gosta de beber Rum, de fumar e principalmente de suas Pombagiras.
EXU NÃO É O DIABO
“… E o Anjo Lúcifer, de rara beleza,
quis ser o filho de Deus na Terra. Mas Deus recusou. Lúcifer, então,
revoltou-se contra o Todo Poderoso e foi banido dos Céus, com os seus fiéis e
confinado ao Inferno, onde ficaria para todo o sempre…”
A Mitologia cristã, então, deu nome
aos dois, ou seja, explicou a existência do Bem e do Mal, embora jamais admita
que ambas as forças são de igual peso, pois assim admitiria que Lúcifer, o Anjo
banido do Céu, teria o mesmo poder que o criador. Convenhamos que ficaria
bastante difícil…
Assim, o homem criou a imagem do
Diabo, Demónio, Satanás, Capeta, Cão, ou outro qualquer sinónimo ou adjectivo
que queiram aplicar-lhe.
Teria então, o Diabo, a imagem
repugnante de um homem de chifres, com asas de morcego, pés de bode, corpo
avermelhado, dentes pontiagudos e dotado de uma maldade infinita.
A Igreja correlacionou, então, o
Diabo cristão com o Exú dos Africanos, mostrando que nós, seguidores da cultura
Africana, adoramos também o Capeta. E praticamente conseguiram perpetuar essa
imagem e passá-la para a Umbanda, que tem, nas casas de Exú, imagens como
aquelas que descrevi do Diabo.
Existem até aqueles que fazem uma
relação de variações de Demónios cristãos como Asmodeus, Belzebu e Lúcifer, com
Exús Africanos como Exú Tiriri, Exú Lalu, Exú Marabô, por exemplo. Mas isso não
passa de um equívoco. Não chega a ser, nem de longe, sincretismo, muito menos
uma equivalência.
A imagem do Diabo foi criada pelos
cristãos. O mal assim ganhou forma, e hoje, a quase totalidade da humanidade
acredita nesta figura temida, horrorosa e repugnante do Diabo.
Colocando de lado as questões de
“Deus e Diabo”, temos que admitir que existe o equilíbrio de forças do Bem e do
Mal dentro de cada um de nós. Desenvolvemos aquela que mais nos fascina, mas
não culpemos o Diabo, nem mesmo a Deus, pois temos o livre-arbítrio para
escolher a nossa conduta. Desenvolvemos as duas forças dentro de nós, nas
mesmas proporções, se quisermos, pois podemos ser bons ao extremo, e maus, na
mesmíssima proporção.
Tudo o que é bom, tem um lado mau. E
vice-versa. O homem é que delineia isso, aliado às condições sociais, ou
através do seu interior, que pode tender para qualquer lado ou em qualquer
direcção.
Fica assim o Diabo, como
representação “folclórica” de tudo aquilo que não presta, de tudo aquilo que é
contrário aos dogmas da Igreja e tudo aquilo que é, decididamente, Mal. Fica o
Diabo como símbolo de todos os crimes, destruições, situações adversas e
maldades existentes no mundo, pois a preguiça do homem – que por sinal é obra
do “Capeta” – não permite que ele veja os pólos opostos que, óbvia e
logicamente, existem no Universo, incluindo o planeta em que vivemos.
Então,
“o Diabo que os carregue”, pois prefiro ver as coisas de forma mais lógica e
transparente. Prefiro olhar para a Natureza, admirá-la, estudá-la, para que
possa, como muitos que pensam desta maneira, encontrar a harmonia plena e
definitiva.
Fonte:Site O CANDOMBLÉ
quinta-feira, 25 de abril de 2013
União de fés...
Projeto social junta
evangélicos, católicos e umbandistas para promover inclusão e ajuda a famílias
carentes
Um projeto social desenvolvido por umbandistas no Rio de Janeiro
conta com apoio e participação de católicos e evangélicos para atender 130 famílias
da zona oeste da cidade.
A Tenda Espírita Caboclo Flecheiro recebe os voluntários
cristãos em ações sem nenhum vínculo religioso, e serve de estágio para os
católicos e evangélicos que precisam cumprir atividades complementares num
curso de Assistência Social, frequentado por eles numa faculdade de orientação
cristã.
De
acordo com informações do jornal Extra, uma das evangélicas participantes do projeto social enaltece a
iniciativa: “Enxergo Deus e Jesus dentro desse terreiro. Eu precisava de um
estágio e, quando fui convidada a participar, corri no banheiro da faculdade (evangélica)
e orei: ‘Senhor, entrego em tuas mãos’. Vim confiante. O objetivo aqui é só a
ajuda ao próximo”, relata Rosemeire Mathias, 48 anos, membro da Assembleia de
Deus Nova Filadélfia.
Dentre as ações do projeto, estão a distribuição a cada 15 dias
de frutas e verduras a famílias de comunidades carentes. “Antes, eu tinha uma
ideia horrorosa dos terreiros. Quando era mais nova, achava que tudo era obra
do capeta. É que, na concepção de alguns evangélicos, Deus só está na igreja
deles. Era falta de conhecimento minha”, afirma Andreia de Oliveira, de 35
anos, também estagiária no projeto e em busca de uma igreja para frequentar.
As atividades envolvem ainda palestras educativas sobre o uso de
preservativos, câncer de mama e verminoses. Uma das umbandistas participantes
do projeto, Meri Silva, 45 anos, revela a atitude dos estagiários supriu uma
necessidade do projeto e demonstra um espírito de interesse em ajudar o
próximo: “No grupo de estágio, temos até um pastor e duas pastoras. Vejo o
verdadeiro amor de Cristo neles. Fui cristã dos 9 aos 22 anos. Mas tive
decepções e entrei em depressão. Fui acolhida aqui com amor”.
Fonte: gnotocias
Prática de cura na umbanda aproxima freqüentadores da religião
Psicólogo constatou que as concepções de saúde e doença não são as
mesmas da medicina
(Agência USP de Notícias) − Na umbanda, os rituais de “prática de cura”, mais do que indicar o estado de doença ou saúde de uma pessoa, aproximam o freqüentador da religião. Durante três anos, o psicólogo Alexandre Mantovani visitou um tradicional terreiro de umbanda na cidade de Ribeirão Preto para analisar estas práticas e constatou que as concepções de saúde e doença não são as mesmas da medicina. “Elas estão mais ligadas à compreensão do ser humano a respeito do mundo e não obrigatoriamente ao seu estado físico”, conta.
De acordo com o psicólogo, as “práticas de cura” apresentam uma função de inserção comunitária, já que, na umbanda, classificar uma pessoa como saudável ou doente implica em reconhecer seu grau de proximidade com a religião. “Ser doente e ser saudável são formas de olhar a pessoa como sendo mais ou menos religioso”.
Ao todo, Mantovani fez 65 visitas à Tenda de Umbanda do Pai Joaquim do Congo e Ogum Guerreiro onde colheu subsídios para seu estudo A construção social da cura em cultos umbandistas: estudo de caso em um terreiro de umbanda da cidade de Ribeirão Preto - SP, apresentado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP) da USP em Ribeirão Preto. A pesquisa lhe permitiu observar, por exemplo, que para os seguidores da umbanda a doença não apresenta sempre um sintoma físico, mas é concebida como fruto de alguma força ou ação negativa produzida por um espírito ou pela própria pessoa. “Eles acreditam que isso pode ser por pensamentos, sentimentos ou emoções, como inveja, ódio ou cobiça, que possam atrair espíritos malfazejos”, descreve.
Além das visitas, Mantovani chegou a participar de cultos e, mesmo sem apresentar nenhum sintoma físico de doença, foi submetido a um tratamento espiritual. “Antes, quando era um estranho, eu era considerado ‘doente’. Depois de estar inserido na lógica da religião passei a ser visto como uma pessoa ‘saudável’”, explica.
A coleta de dados para a pesquisa deu-se por meio
de observações participantes no terreiro de umbanda investidas da ética
psicanalítica, anotações em diário de campo, entrevistas e registros
audiovisuais, como fotos e vídeos. Os registros foram analisados com base na
psicanálise de Lacan e na abordagem antropológica da pessoa. Uma aproximação do
psicológico ao social.
Transporte e descarrego
Mantovani verificou nesses rituais duas “práticas de cura espiritual”: o transporte e o descarrego. O transporte é uma forma de tratamento na qual o médium incorpora o espírito obssesso daquele que procura o culto, livrando-o das causas que lhe provocam o mal. Para os seguidores do culto, segundo o psicólogo, o que leva um espírito a se aproximar de uma pessoa (“encostar” na pessoa) é a ação de um feitiço, um trabalho espiritual feito por alguém com o intuito de causar males, prejuízos e danos a outra pessoa. Já o descarrego é o ato de purificar alguém ou algum ambiente de energias espirituais negativas.
Doença como punição
O psicólogo observou também que a “prática da cura” está ligada às relações internas do terreiro de umbanda. Quando um médium que está com pouca freqüência nos cultos apresenta qualquer reação diferente no momento da incorporação de espíritos (como, por exemplo, cair, também chamado pelos seguidores da religião como “levar um coro” do espírito), os outros encaram isso como uma punição, um sintoma de doença espiritual. “Quanto mais afastada a pessoa está da religião, será considerada mais suscetível às doenças espirituais”, diz o Mantovini.
Para se entender o tratamento espiritual e sua importância para a comunidade, é necessária a compreensão de que o rito é desempenhado seguindo a estruturação total da comunidade. “Doença, saúde e cura estão relacionadas à noção de “pessoa” umbandista. O tratamento espiritual, que é uma inserção do freqüentador na comunidade umbandista, se desenvolve no campo das relações simbólicas do terreiro. É o compartilhamento de crenças entre curadores e freqüentadores que vai determinar a eficácia do tratamento”, observa o pesquisador.
Transporte e descarrego
Mantovani verificou nesses rituais duas “práticas de cura espiritual”: o transporte e o descarrego. O transporte é uma forma de tratamento na qual o médium incorpora o espírito obssesso daquele que procura o culto, livrando-o das causas que lhe provocam o mal. Para os seguidores do culto, segundo o psicólogo, o que leva um espírito a se aproximar de uma pessoa (“encostar” na pessoa) é a ação de um feitiço, um trabalho espiritual feito por alguém com o intuito de causar males, prejuízos e danos a outra pessoa. Já o descarrego é o ato de purificar alguém ou algum ambiente de energias espirituais negativas.
Doença como punição
O psicólogo observou também que a “prática da cura” está ligada às relações internas do terreiro de umbanda. Quando um médium que está com pouca freqüência nos cultos apresenta qualquer reação diferente no momento da incorporação de espíritos (como, por exemplo, cair, também chamado pelos seguidores da religião como “levar um coro” do espírito), os outros encaram isso como uma punição, um sintoma de doença espiritual. “Quanto mais afastada a pessoa está da religião, será considerada mais suscetível às doenças espirituais”, diz o Mantovini.
Para se entender o tratamento espiritual e sua importância para a comunidade, é necessária a compreensão de que o rito é desempenhado seguindo a estruturação total da comunidade. “Doença, saúde e cura estão relacionadas à noção de “pessoa” umbandista. O tratamento espiritual, que é uma inserção do freqüentador na comunidade umbandista, se desenvolve no campo das relações simbólicas do terreiro. É o compartilhamento de crenças entre curadores e freqüentadores que vai determinar a eficácia do tratamento”, observa o pesquisador.
terça-feira, 23 de abril de 2013
sexta-feira, 19 de abril de 2013
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Evangélicos quebram imagens de umbanda no Rio
por Denise Menchen, da Folha
Quatro integrantes da igreja evangélica Nova Geração de Jesus Cristo foram presos, acusados de invadir ontem à noite um centro de umbanda no Catete, zona sul do Rio de Janeiro, e quebrar cerca de 30 imagens religiosas, prateleiras e um ventilador (foto). O caso foi registrado na 9ª DP (Catete).
Segundo uma das dirigentes do Centro Espírita Cruz de Oxalá, a advogada Cristina Maria Costa Moreira, 45, cerca de 50 pessoas aguardavam em fila a abertura do atendimento ao público, às 19h, quando Alessandro Brás Cabral dos Santos, Afonso Henrique Alves Lobato, Raimundo Nonato e uma jovem identificada apenas como Dominique chegaram ao local. De acordo com Moreira, eles ofenderam os presentes e forçaram a entrada na casa.
"Eles chegaram dizendo que queriam ver onde estava o demônio e foram direto para o terreiro", conta Celso Quadros, 52, outro dirigente do centro espírita. "Quebraram tudo, inclusive imagens que temos há 40 anos".
A advogada Sílvia Santana, 33, que estava na fila, disse que os evangélicos disseram estar agindo "em nome de Jesus" e acusaram os presentes de "adorar o demônio".
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